domingo, 26 de junho de 2011

A Morte Anunciada do Jornal Impresso

O jornalismo sedutor apresentado pela TV e o imediatismo da internet colocam o espectador “participante” do noticiário. Pronto: acabou com o furo. Os media eletrônicos antecipam-se aos impressos. E, se não há mais novidade, por que se compra o jornal no dia seguinte, após as informações eletrônicas? Para saber mais sobre determinado assunto. A segmentação da mídia, assuntos específicos sejam impressos ou eletrônicos, deram lugar à participação coletiva e pública em todos os meios. O leitor o ouvinte, o internauta, o telespectador: todos viraram repórteres.
Falando em jornais, o que encontramos nos noticiários satisfaz a necessidade de saber o que acontece? E de saber mais sobre "aquele" assunto? Na grande maioria, não. O jornal impresso deveria informar melhor, situar o homem em seu meio. Hoje, escolhemos jornais pelos brindes: enciclopédias, carros, entradas de teatro, descontos em lojas e restaurantes. Mas, essa escolha não deveria ser feita pelo conteúdo? Pela informação?
O jornal impresso acabará morrendo. Não, respondem profissionais e estudiosos. Mas, o hábito de sua leitura está diminuindo sensivelmente. Sobre a questão da perenidade do impresso, acredito que somente o jornalismo interpretativo seja o caminho para a sobrevivência. É preciso buscar condições de oferecer aos leitores edições mais coerentes, mais bem cuidadas ou coordenadas.
O avanço tecnológico possibilita hoje o armazenamento de informações que podem auxiliar o jornalista na elaboração de textos com maior profundidade. Mas, ainda se faz imprescindível sua produção pelas mãos de profissionais gabaritados, com tempo para pesquisa, leitura, acompanhamento de informações divulgadas por diferentes e inúmeros veículos de comunicação. Porém, numa visão estreita e desprovida de horizontes, a maioria das redações perdeu seu departamento de pesquisa, dissolvido ou pulverizado.

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