quinta-feira, 16 de junho de 2011

Revolução Tecnocientífica

Vivemos uma revolução tecnocientífica. A rápida evolução e a popularização das tecnologias da informação (computadores, telefones e televisão) têm sido fundamentais para agilizar o comércio de transações financeiras entre países.
Em 1960, um cabo de telefone intercontinental conseguia transmitir 138 conversas ao mesmo tempo.
Atualmente, com a invenção dos cabos de fibra óptica, esse número sobe para 1,5 milhão. Uma ligação telefônica internacional de três minutos, que custava cerca de US$ 200 em 1930, hoje em dia é feita por US$ 2.
O número de usuários da Internet, rede mundial de computadores, é de cerca de 100 milhões e tende a duplicar a cada ano, o que faz dela o meio de comunicação que mais cresce no mundo. E o maior uso de satélites de comunicação permite que alguns canais de televisão, como as redes de notícias CNN e BBC e a MTV, sejam transmitidos instantaneamente para diversos países. Tudo isso permite uma integração mundial sem precedentes.
Sabe o que é desemprego estrutural?
A crescente concorrência internacional tem obrigado as empresas a cortar custos, com o objetivo de obter preços menores e qualidade alta para os seus produtos. Nessa reestruturação estão sendo eliminados vários postos de trabalho. Uma das causas desse desemprego é a progressiva automação de vários setores, em substituição à mão-de-obra humana.
Caixas automáticos tomam o lugar de pessoas na função de caixas de bancos, fábricas robotizadas dispensam operários, escritórios informatizados prescindem de datilógrafos e contadores.
Nos países ricos, o desemprego também é causado pelo deslocamento das fábricas para os países com custos de produção mais baixos. Não há mais compromisso com uma sociedade trabalhadora. A mão-de-obra pode ser selecionada entre os países subdesenvolvidos e em desenvolvimento. Lugares onde há o menor salário, menos direitos trabalhistas e outros pontos que desagregam as sociedades de classes enfraquecendo-as nas reivindicações. Em artigo publicado no jornal Folha de S. Paulo, de 28 de março de 2004, Fabio Schivartche afirma que a globalização, vista do ângulo de um processo de integração da economia mundial, “está agravando um problema que, em tese, estaria enterrado nos livros de história: a exploração do trabalho escravo.” Analisa ponderações de Roger Plant, chefe do Programa Internacional de Combate ao Trabalho Escravo da OIT (Organização Internacional do Trabalho) e um dos maiores especialistas do assunto no mundo.
O crescente desemprego tende a empurrar a população pobre para o trabalho escravo, alimentado-o. Plant adverte que este não pode ser visto como responsável direto. “Pessoas em situação vulnerável de pobreza podem estar mais aptas a aceitar qualquer oferta de trabalho.”
O governo FHC divulgou o número provável de trabalhadores mantidos em regime de escravidão no Brasil: cerca de três mil. O atual governo divulgou nota com um total de 25 mil. Diz o especialista que não há discrepâncias entre os números: "Ninguém mentiu. Mas quanto mais as equipes de fiscalização procurarem, mais vão encontrar.” O trabalho escravo é uma realidade em todos os países do mundo.Os imigrantes ilegais exercem várias formas de trabalho forçado. Pelas estatísticas, há um universo de mais de um milhão de pessoas que trabalham nesta condição.
Estamos muito modernos. Agora temos “desemprego absoluto e crônico”
A questão do desemprego estrutural é mais visível nos campos das macro e da microeletrônica. Com a eliminação dos limites técnicos, cada vez mais surgem possibilidades infinitas de reproduzir os movimentos humanos mais complexos.
O rápido desenvolvimento tecnológico abriu espaço para novas forças produtivas, ultra-especializadas, nascido como conseqüência do capital transnacional, conhecido como capital potenciado.
Pessimismo latente expressa Adriano Sella, em Globalização neoliberal e exclusão social (2002). Para Sella, o desemprego agrava-se porque houve a total mudança de ideais de vida nas sociedades e, nesta mudança está a diferença, pois o novo habitat dos povos não é mais a terra, mas sim, as cidades. Nelas, as relações com a sobrevivência mudaram radicalmente. Se antes o homem buscava a sobrevivência e a paz, nos centros urbanos precisam de trabalho remunerado e do comércio “para comprar tudo aquilo de que precisam para sustentar a própria vida”.
O homem urbano mudou seus objetivos e trocou a sustentação pela acumulação.
Então, o objetivo atual da vida econômica não é mais sustentar a vida do povo, mas acumular riqueza, ou seja, lucrar sempre mais. O mercado livre inaugurou uma verdadeira competição entre as pessoas para um conseguir lucrar mais que o outro (SELLA, 2002, p. 33).
E agora?

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